sábado, 31 de outubro de 2009
Graaaaaaaande
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Sinto-me um pouco descalça
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Oops...pifei o pc
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
A sentença
(Salvador Dali)
Sentido em 07 Outubro de 2009
A sentença
Voltei afinal a ser quem devia ter sido sem saber.
O castigo veio torrencial, relâmpago, raio,
Qual sentença por querer morar como queria.
Agora, cheia de falhas arrasto o meu ser
Disforme e oco de sonhos.
Sem membros, que não operam;
Sem alma de tão agnóstica que existo;
Sem fé de tão céptica e rebelde quis viver.
Sempre o Não,
Sempre o Porquê
De albergar tal mal, tal cancro,
Porquê? Porque sim, não é?
Passa-me pela cabeça por vezes, quando estou mais cansada de não fazer nada, de ter perdido parte de mim e da minha identidade. Mas depois lembro-me de vos vir aqui deixar estas maluqueiras. Acho que vou ali comer um docinho, e deixar uns arrepios de açucar a todos os que me visitam e dizem ou não. Vamos lá a arrebitar, por favor. Estas doideiras escrevem-se e ficam escritas. Depois damos um passo (os meus custam muito, mas darei), por quem está connosco e se lembra de dar carinho.
Os que estão perto nem sempre, ou quase nunca, são assim!
Beijos para quem ainda me consegue ler, sim?
***
domingo, 11 de outubro de 2009
The day after 4th treatment...aaaarrrrgh
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Lucidez
Tudo passa, dizem-me todos.
Todos os poucos que mo conseguem dizer.
A tal palavra não se diz, pois fere.
E a cada dia mais um desvanece.
Tudo passa, dores e doenças,
Todos os choros do coração,
Todos os corações partidos,
Todas as noites mal dormidas.
Tudo passa, excepto o saber do prazo que te limita a vida.
Para quem gosta e não gosta. Hoje voltaram as dores, que me visitam de vez em quando. Também tive visitas, uma boa, outra assim assim: acabou a falar com minha mãe como se eu não estivesse lá. Odeio isso. Ainda não morri. Mas fez pensar, claro.
Amanhã o dia será melhor, com chuva, que me vai prender ainda mais em casa. Tenho de começar a semear por aqui a tal história que quero contar. Mas não faço promessas de cá vir todos os dias. Isto não é prisão nem obrigação. E nos passados 3 dias não estive em local com rede. E desculpem-me os defensores da informática, mas continuo a adorar livros: defeito de formação e educação cá de casa.
sábado, 3 de outubro de 2009
Cházinho de sexta-feira
Ontem foi dia de Gemcitabina. Agora é ver as plaquetas a descer; disse-me na véspera o meu Médico Rezingas (gosto de o chamar assim porque rezinga tanto quanto eu, hi hi) que íamos torcer para que elas se aguentassem, estavam a 170. Fui ver há pouco e considera-se bom valor entre 150 e 400. E pensei assim: xiiiiii 400 tá tão longe! Mas o meu Médico Rezingas é daqueles da velha guarda. A sexta-feira de manhã é só para dar altas, não dá consultas, de acordo com os mapas de serviço que eles têm. Desde que por lá ando ás sextas, aquele homem anda sempre lá. Já cheguei a "tropeçar" no senhor num sábado de manhã, andava eu a passear de pijama, e sem querer, me saíu da boca um "O que é que o senhor doutor anda a fazer aqui? Embora já para casa." Ontem, acabou por aparecer no hospital de dia, foi ver uma doente dele:eu. E ainda me contou uma piada e me disse a quem estou entregue na próxima semana, em que estará de férias. Mas além dessa pequena informação, já me tinha deixado a vidinha toda marcada no meu cartão, na agenda dele, no sistema informático e requisições feitas! Hein? Pensavam que os médicos só fazem consultas? Nã nã! São vítimas do sistema burocrático. Ah, também me fez o relatório para entregar na Segurança Social. Acho isto incrível. Temos conseguido poupar tempo para coisas mais importantes nas nossas consultas, porque eu costumava ser muito organizada e picuínhas, apontando tudo. Continuo a tentar ser assim. E dá jeito. Sempre ajudo a confirmar datas e o ponto em que estamos. Se bem que o meu Médico adora fazer testes á capacidade cognitiva dos doentes, certo? Acho que é a maneira dele me analisar nesse campo.
Hoje deu-me para dormitar toda a tarde, mas isso nem me parece muito anormal depois de comer bacalhau no forno (da mãe) e sentar-me no sofá a ver TV.
Da outra vez que fiz este ciclo intercalado, acabei por levar duas unidades de sangue nos dias que correspondem á próxima semana. Vamos ver o que se arranja desta vez.
Não sei se vou conseguir cumprir os pedidos de coisas lindas escritas por mim. Em primeiro porque a inspiração é sempre muito rara no campo da poesia, e quase sempre cheia de tristeza. Em segundo porque vim para a aldeia e a rede de net por aqui está muito fraquiiiiinha.
Hoje já não vou decerto visitar o quintal das flores da Tia Branca, nem o cantinho de beleza do Paulo, nem os blogues das minhas novas amigas. Amigas digo sem querer abusar, mas sim por agradecimento das palavras tão gentis que me deixaram acerca de um daqueles meus momentos inspirados por poesia alheia hi hi.
Como isto hoje está assim mais para lá que para cá, acho que vou pegar no meu caderninho de capa dura e escrevinhar...para vós, e porque alguém me disse que espera os meus poemas.
Amanhã a lutadora minha amiga R. vem visitar-me. Espero o seu relato das primeiras semanas de regresso ao trabalho, mesmo com curiosidade.
Quanto a vós, temendo esquecer alguém, muitos beijos e abraços a gosto (já chego ao tamanho 48!)