Escrito off-line.
Não sei porque artes mágicas, talvez os vossos pedidos, hoje (segunda-feira) acordei como não me lembrava há meses, e arriscava mesmo…anos.
Acordei sem dores. Acordei para tomar a medicação do jejum do pequeno-almoço. Levantei-me e fui abrir a janela, para que entrasse luz e ar, sempre o ar.
Voltei para a cama, para preguiçar. Preguiçar é algo que tenho tentado fazer e não consigo há imenso tempo.
Claro que voltei para a camita, mas deitei-me direitinha por causa das minhas vértebras de estimação.
Lá fiquei mais um pouco. Depois levantei-me a sério para tomar o resto da medicação e o pequeno-almoço. Andei pela sala a ver notícias, sem pensar nelas. Sempre com uma sensação estranha de bem-estar.
Tomei banho. A minha mãe ajudou-me a calçar as meias, hoje de descanso. (Calçar meias elásticas pode ser uma verdadeira aventura). As pernas e pés têm vindo a desinchar bastante. Consigo obter mais mobilidade e resposta a estímulos da perna e pé esquerdos, do que do direito. Desde esta história e dias de muito mau estar com a diarreia de fim-de-semana, aconteceram coisas estranhas. Aliás, esta conversa é estranha. Parece que os líquidos que foram embora foram os certos: dos pés, pernas, braços, abdómen. Perdi 5 kgs de água e volume.
Bem, esta semana é suposto tomar mais corticóides e fazer outro tratamento. Isto significa que vou voltar a inchar, mas se voltar a amiga que é dispensável leva com o imodium em cima que é para aprender!
Ah, novas fresquinhas. Como tive problemas com a minha ligação e não consegui postar isto por duas vezes, já sei que o meu estado oficial é entupida. Melhor ainda: hoje já é terça e ainda estou por aqui off-line.
Nunca vos aconteceu não conseguirem terminar algo, e depois concluir que afinal foi melhor assim? Do género, não conseguir fazer uma chamada, não encontrar determinada pessoa em determinado momento, não ter tempo para passar naquela tal loja…e descobrir que a pessoa estava ocupada, que a outra estava zangada, que a loja fora assaltada…
Por vezes acontece-me isto com os textos. Escrevo-os (mal, pois escrever é uma ciência não acessível a todos, apesar do atrevimento de tanta gente em escrever), e por vezes quero enviá-los e não consigo. E calha bem. Outros há que estão a cheirar a anti-traça, pelo tempo em que estão guardados.
Este fim de semana nem sequer tive coragem/vontade de passar pelo jardim e ir ao quintal. Tinha medo. Parecia que me faltavam as forças nas pernas. Vi-me aflita para subir as escadas para ir votar. Sei que tenho alguns direitos de ajuda neste caso, mas estive até á última da hora a ver se ia ou não votar, por isso, não tinha contactado ninguém. Quanto á utilidade do voto e do próprio processo democrático não pretendo tecer valores nem comentário de género algum.
Quer isto dizer que desperdicei 2 dias de sol, mas a motoreta não dava mais.
Vamos ver se faço algo de útil para a sociedade. Espero a visita de uma amiga amanhã, para pôr parte da conversa em dia. Se me apetecer escrevo. Sei que faço comentários longos demais. Chega a ser ridículo ter dado formação nesta área e fazer precisamente o oposto do que preguei: “Olha o que eu digo, e não o que faço…”
Estou a deixar de fazer tanta coisa que fazia que até as linhas de croché andam tontas! Devem sentir saudades minhas. Tal como os pincéis, as ferramentas, a esfregona e tal…
Pois é. Afinal eu vivia muito, a fazer muita coisa. Nunca parava quieta. Só agora, quase aos quarenta, descobri uma actividade que se chama “ver TV”, que consiste em sentar-me, pegar no telecomando e ver TV. Só isso: ver. Esperar que a imagem e o som venham ter comigo. Não era assim. EU ia ter com as coisas, fazia-as, mudava-as, dava cabo delas, construía-as. Tanto que eu fazia acabando por gastar o meu tempo assim, para os outros. Agora, nem para os outros nem para mim. Agora, estando acordada, I wonder what to do with myself.
Sem nada a ver com o assunto anterior, excepto no que diz respeito ao movimento, o tal conceito de “revolução” que o meu professor de filosofia nos queria fazer entender, devia fazer uma outra coisa. Devia fazer movimentação das pernas, com cuidado. Tenho de tratar disso. Mais um TPC cá para a equipa formada á força cá de casa.
Acho que estou a emanar coisas negativas.
A minha amiga R. manda beijinhos.
Beijinhos e abraços a gosto desta teimosa em recuperar a vidita que tinha.
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