Terceira Carta do Sonho ao Fantasma
Fevereiro 2004
Passaram três meses desde o nosso primeiro encontro relâmpago. Continuo a tentar mostrar-te quem sou, e a tentar perceber o que pensas desta situação, ou melhor, da não-situação. Eu não estou a seguir uma história inventada, mas continuo a achar que tens dúvidas. Se é verdade, meu caro amigo, acho que é melhor pôr o preto no branco. Não sei porque sinto necessidade de escrever, pois aquilo que escrevo acaba por não ter lógica. Nem para ti. O que se passa é que tenho saudades tuas e não falo disto com ninguém. Então escrevo e escondo. Quero construir algo sozinha. Será o meu relógio biológico? Já que não tenho filhos, tenho que arranjar algo difícil de fazer.
E aqui continuo, em Fevereiro, desfeita por te ter ofendido miseravelmente. Situação estúpida. Já me arrependi, já voltei atrás, já não sei o que pensar, nem o que escrever para aliviar a minha alma. Não gosto de braços de ferro. Afinal não te entendo. Afinal não te conheço. Somente tenho a sensação de ser um sacrifício enorme para ti teres de me encarar. Mas por vezes, não sei se por seres educado e profissional, pareces dar-me pistas que me confundem.
E ainda dizem que as mulheres são complicadas. Vocês não ficam nada atrás.
Sei que pareço esquizofrénica para quem ler isto.
E depois? Toda a gente se confunde, ou não?
Se calhar ninguém tem pachorra para o escrever. Fica bem, por favor.
*****
MORREU O NUNO
Há 12 horas