sábado, 26 de dezembro de 2009

Passou mais um Natal



assombrado pelos tratamentos e dores que nem com morfinóides queriam ir embora. Remediou-se o caso com um tranquilizante, dentro do que me é permitido. Pareço uma etar de químicos. A cor que corre na algália já não é límpida outra vez, de tudo o que tomo. Receio comer isto ou aquilo, mas decidi comer uns bombons. Descobri que não o fazia desde o início de tudo isto. No meio das dores mais fortes passou-me muita coisa pela cabeça. Para variar tivemos a visita de um amigo exausto de tomar conta da mãe acamada. Decidiu abrir a alma queixando-se de coisas que me são conhecidas (p.ex. por estar acamado tem de usar a fralda e pronto). Fiquei em baixo por ouvi-lo. E pela profissão que escolheu devia ter cuidado com o que diz.


Na manhã de Natal, sem sequer avisar (por acaso a minha mãe já me tinha dado o banho, né?) apareceu uma amiga de infância, que não me via há anos. Há tanto tempo que os meus pais não a reconheceram! Veio visitar-me e trazer as prendinhas de Natal (!?) Pena é que a terapia psiquiátrica ainda não tenha resultado e então contou-me que está a ser escutada (o telefone) há meses, que esteve anoréctica, quase a morrer e está muito mal... só visto. Acho que até me passaram as dores. Pena que alguém com o corpo a funcionar o desperdice assim. Dei-lhe sugestões para ocupar o tempo, pois ela não sabe o que fazer, além de aterrar na casa da irmã e ver tv.




Hoje senti-me bem, pelo menos até esta hora em que escrevo.


Parece que não me safo de situações caricatas. Isto até dá para rir, eventualmente.


Segunda lá vou para mais um tratamento. Espero regressar inteira, sem mazelas além das que já levo. E que a Consulta da Dor me consiga remendar mais uma vez.




Agora coisas mais lindas: aos meus queridos amigos que por aqui passam, todos beijoqueiros ou a treinar para isso ;))) o meu obrigado. Tenham a certeza que me lembro de todos vós.


Se eu deixar de passar por aqui será preguiça concerteza, não pensem em mais nada, ok?




Aproveitem bem o sol, o vento, a chuva, tudo. Garanto-vos que me faz falta sentir tudo isso na cara.




Milhão de beijos.
[foto de recantodasletras.uol.com.br]