Hoje estou como o tempo, fraquito.
Espero que se riam com os meus textos intratáveis, que foram escritos há uns anitos, e isto é verdade.
Estou a dirigir-me a vós deste modo, pois sempre pensei que o meu blogue fosse algo que nunca influenciaria ninguém. Nunca me ocorreu etiquetá-lo com "conteúdo de adultos". E digo isto não para vos chamar pequeninos, mas porque estando no final do secundário, sou da opinião que ainda vão ter tempo demais para cenas tristes, escusavam de começar agora.
Quanto á informação sobre o cancro que tenho, ela é escassa neste blogue, e não pretendo sobrepor-me a nenhum tipo de conhecimento científico. Não criei estes posts com esse sentido, tal como está escrito muito lá para baixo.
Gostava igualmente de fazer parte mais verídica desse vosso tema, que julgo seja de projecto, certo? Infelizmente ainda não me posso colocar na fase do "pós". Ainda estou no durante.
Por vezes dá-me vontade de contar aqui tudo o que é politicamente incorrecto e até poderá ser considerado imoral, mas precisamente porque não sei como serei interpretada, não o faço.
Hoje estou triste porque há quem esteja triste e frustado ao pé de mim.
E hoje também estou triste e preocupada por causa de estúpidos efeitos secundários de quimioterapia algo forte. A semana que passou foi de tratamento em internamento (de terça a domingo) e quase rebentou comigo. Tenho esta semana e a próxima para recuperar, nem sei como, perdi massa muscular ao longo do processo, perdi capacidade cardio-respiratória, perdi o meu recheio (aquele feito de ideias e sonhos dentro da nossa cabeça). Perde-se muito, muito que nenhum médico consegue, por muito que queira, arranjar. E garanto-vos que tenho estado bem acompanhada. Tenho de inventar maneiras de me sentir feliz, apesar de desempregada, sem apoio (era recibo verde), cansada e podre. Começa a faltar-me a imaginação.
O meu 1º diagnóstico foi em Dezembro de 2006. Tem sido uma maratona difícil. E é-o para quem nos cerca. É uma das coisas que mais me magoa: é tudo lindo, mas isto demora mais do que uma gripe a curar. Toda a gente tem a sua família, os filhos, contas e tal. Com o tempo, tudo vai embora. Aqueles que eram os amigos do cafézito da manhã e das sms ás tantas, deixam de o ser. E sei que não o fazem por mal. É uma questão de esgotamento
Bem, estou ao vosso dispor, tendo em conta que também já fui professora e há coisas em que naturalmente fico de pé atrás, para vossa sanidade mental. Aviso já que sou pouco navegadora. Decerto compreendem que depois de estar de castigo e enjoada uma semana, não me dê muita vontade de estar colada ao teclado, sim? Vocês sabem, as cotas têm neuras, pronto.
Contudo, acho que devem seguir outros blogues que fazem relatos diferentes, alguns eu também sigo, outros encontrá-los-hão nos links de cada um, como vocês sabem ( e dominam isto, Jesus).
Obrigada por terem aparecido hoje, ia ser um descalabro neste ciberespaço hoje, estava a dar-me uma vontade de explodir... ui ui.
Boa sorte e "be careful out there", encontra-se de tudo na net, ok?
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