domingo, 10 de outubro de 2010

"DANIEL LIVRA DA MORTE A SUZANNA"

Existe cá em casa uma BIBLIA DA INFANCIA, edição de 1874, que era do avô da” Mãe Guerreira” e que este lhe ofereceu.

A mesma foi conservada e há alguns anos que estava exposta numa vitrina. Vi que estava aberta, mas nunca tinha efectivamente reparado no conteúdo da página.

Um destes dias peguei nela, li, pareceu-me que seria um pedido de ajuda da nossa Susana, pois foi ela que a abriu naquele sítio e, por isso, resolvi trazer o seu conteúdo até vós.

Aqui vai, no dia em que passam sete meses.

Descansa, agora em paz, minha filha, pois, como SUZANNA, também tu foste livre do sofrimento que não merecias:

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«“DANIEL LIVRA DA MORTE A SUZANNA”

Havia entre os captivos da Babylonia um homem chamado Joakim, que tinha casado com uma mulher chamada Suzanna.

Iam os judeus muitas vezes a casa de Joakim, porque entre os seus irmãos era elle a pessoa mais notável, e em sua casa é que se administrava a justiça. Dois velhos, que haviam sido constituídos juízes, e por isso iam muitas vezes a casa de Joakim, tendo concebido a intenção de fazerem commetter a Suzanna um enorme crime, como esta mulher temia a Deus, jámais quiz consentir em tal.

Cheios de ira, aquelles infames velhos, para se vingarem, resolveram perder Suzanna. Achando-se um dia no seu jardim ao mesmo tempo que ella, entraram a gritar de sorte que os servos da casa acudiram todos, e os velhos juraram terem visto Suzanna commeter um acção abominável.

Na manhã do seguinte dia, tendo-se o povo com os velhos reunido, para julgarem Suzanna, sendo ella chamada, veiu, e com ella seu pae, sua mãe e toda a familia.

Trazia Suzanna o rosto coberto com um veo; seus pães, e todos os que sempre a tinham conhecido tão virtuosa, derramavam lágrimas, considerando a sua infelicidade. Os dois velhos, levantando-se no meio do povo, puzeram as mãos sobre a cabeça de Suzanna, a qual chorando levantou os olhos ao ceo, porque o seu coração tinha no Senhor uma firme confiança.

Entretanto toda a assembléa, tendo ouvido a acusação dos velhos, creu o que elles disseram, porque eram os juízes do povo, e condemnaram a morrer Suzanna.

Ouvindo Suzanna esta sentença, deu um grande grito. «Deus eterno, exclamou ella, que penetraes o que é mais occulto, e conheceis todas as coisas inda antes de ellas serem feitas, vós sabeis que teem proferido contra mim um falso testemunho, e eis aqui morro, sem nada ter feito de tudo quanto tão maliciosamente teem inventado contra mim.»

Com effeito, ouviu o Senhor a sua oração, e vingou a sua innocencia. Quando a conduziam à morte, fez que aparecesse Daniel, que em alta voz bradou: «Estou innocente do sangue d’esta mulher.»

Logo todo o povo se voltou para elle, e lhe disse: «Que querem dizer essas palavras?» Daniel estando em pé no meio d’elles, lhes respondeu: «É pois tão pouca a vossa sabedoria, que d’essa sorte, sem conhecerdes a verdade, condemnaste uma filha de Israel? Tornae atrás, para julgar de novo por que proferuram contra ella um testemunho falso.»

Em consequência d’isto voltou o povo mui à pressa, e disseram a Daniel os velhos: «Vinde para aqui, e tomae assento entre nós; instrui-nos já que Deus vos tem dado a honra da velhice.»

Disse Daniel ao povo: «Separae-os um do outro, e eu os julgarei.» O que tendo-se executado, Daniel os fez vir cada um por sua vez, e disse ao primeiro: «Homem, que te tens feito velho na malícia, que arvore era essa debaixo da qual vistes esta mulher commeter o crime?» «Debaixo d’uma aroeira,» respondeu elle.

Fazendo depois vir o segundo, dirigiu-lhe Daniel a mesma pergunta e logo elle lhe respondeu, que fora debaixo d’uma azinheira.

Immediatamente todo o povo deu um grande grito, e louvaram a Deus, que salva a todos os que esperam n’ele. Unanimemente se levantaram contra os dois velhos, porque Daniel os tinha convencido por suas próprias boccas, de terem proferido um testemunho falso. Fez-se soffrer àqueles juízes iníquos a pena que tinham querido fazer soffrer a Suzanna, e o sangue innocente foi salvo n’aquelle dia. »

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O pai Bártolo

5 comentários:

Branca disse...

Já passei por aqui hoje de manhã, mas não me achei no direito de vos lembrar a dor que sei já tendes tão presente em todos os dias e especialmente neste.

Agora parei um pouco para descansar e aqui me sentei, encontrei este lindo texto Bíblico e emocionei-me, porque senti nele aquele coraçãozinho da Susana, tão sensível e delicado, sempre clamando por justiça.
E sim ela etá em paz, disso eu tenho a certeza, livre de todo o seu sofrimento. Não devemos ter medo da morte, nem dúvidas acerca dela, é um processo que faz parte de nós e da nossa vida. Porque não falarmos, olharmos aqueles que amamos, porque não chorarmos e rirmos com eles, como quando estavam junto de nós? É preciso para fazermos o nosso luto e porque jamais eles deixam de permanecer em nós e sempre serão nossa companhia.

Beijos para os dois e um abraço apertadinho de muita amizade.
Branca

Gigi disse...

Que descanse em paz.

Anónimo disse...

Olá a ambas:
Obrigado
Beijinhos
O pai Bártolo

sideny disse...

Olá Sr.Bártolo

Para a Susana acabou o sofrimento

Ela está a descansar em paz.

Beijinhos para si e sua esposa.

Anónimo disse...

Olá Sideny.

Obrigado, não sei o que dizer mais.

Beijinhos
O pai Bártolo