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DONDOCAS (17)
Quarto ciclo de tratamento. Vários amigos a fazer anos e eu sem apetite para bolos, ai ai. Entretanto vou aproveitando promoções para comprar uns livros mais baratos.
Semana seguinte, adivinhem…aldeia, até sábado. Pois deve ter acontecido alguma coisa na cidade, sei lá. Faz-me impressão. Estava habituada a andar pelo meio de 200 pessoas todo o dia. Isto é tudo muito estranho para mim. Mas, presente do Universo – consigo ir ao “café das dondocas” e tratar de vários assuntos fiscais e afins, até consegui ir fazer a inspecção ao carro.
Tenho uma TAC marcada para dia 5 de Junho, pelas 14:30 fora do IPO. Por vezes funciona assim, depende da pressa em obter resultados, depende se as máquinas estão frescas ou já estão cansadas, enfim, depende de muitos factores.
Mas, no sábado regresso á aldeia, onde não faço nada, não vejo ninguém e não aprendo grande coisa. Não há ocupação para alguém da minha idade, e não vou para o café passar a tarde, certo? E pensando melhor, a aldeia é um dormitório, nem sequer faz muito bem aos meus pais passar lá muito tempo. Era bom antes de sabermos do meu cancro. Eles faziam várias viagens de cerca de uma semana. Iam beber cultura fora e depois digeriam e descansavam lá. Agora viver mesmo todos os dias na aldeia? Livra, aprende-se um sotaque esquisito e mais nada.
Desta vez ficamos oito dias, por votação não sei de quem. Sendo assim falto de propósito a um baptizado de um bebé cujos pais os meus conhecem, e a 3 aniversários. Clausura é clausura. Quando não estou em minha casa, considero que não estou disponível.
Até o conduzir tinha sido desaconselhado. Só eu sei o que me disse a Neurologista, "de caras"... Talvez um dia eu conte...
O pai Bártolo
3 comentários:
Olá Pai Bártolo
Quando aqui venho fico sempre sem palavras.
Que ternura este apontamento no caderninho.
Beijinhos e um bom fim de semana.
Olá Natália
Só agora vim aqui, pois andei na boa-vai-ela e a cuscar por outras bandas...
Tem que ter cuidado com os futebois...
Não se preocupe com o que diz ou não. Se disser apenas olá, já chega.
Muito obrigado por continuar connosco.
Bom fim-de-semana e muitos beijinhos para si e netinho
O pai Bártolo
Olá
É verdade Amigo uma senhora de 53 anos um bocado abanada já devia ter juizo eheheheh,mas o que a gente não faz por um neto ou por um filho seja em que circunstância for não é verdade ?
Eu neste momento estou a passar por uma fase que me deixa muito feliz,o poder fazer pelo meu neto,ele tinha 1 ano quando tive o cancro da mama e 10 meses depois tive o cancro da tiroide,foram duas cirurgias,muitos exames,muitos tratamentos,alguns internamentos...
Bem!
Mas nem é preciso dizer mais,o meu amigo sabe bem do que falo,hoje ao poder realizar o meu sonho de poder ficar com o meu neto,brincar com ele,jogar á bola..enfim ,fazer quase tudo o que durante muito tempo não consegui e muitas vezes pensei que nunca o iria conseguir fazer,sinto-me muito feliz.
O dizer que quando aqui venho e fico sem palavras é porque me emociono,mas venho sempre,sinto-me bem ao ler tudo o que a sua filha escrevia,ainda hoje no seu ultimo post revi algumas coisas que se passaram também comigo nos varios internamentos que já tive,admiro a força que a Susana tinha,mas além de doente oncológica,tenho algo que fala mais alto...Sou Mãe.
Beijinhos
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