segunda-feira, 14 de junho de 2010

PAIS ORFÃOS - Um Domingo diferente

Ontem, domingo, tentei publicar este texto, mas um problema tecnico que penso já ter resovido, impediu-me de o fazer. Por isso aqui vai hoje:

Tal como em outros Domingos que estamos na aldeia, pelas 11HOO, fomos à missa. Fomos logo surpreendidos, pois era a “Festa do Pai-nosso”. Significa isso que algumas das crianças da catequese, passaram a primeira fase. Receberam um diploma e tudo…
Se conhecessem o Padre Pedro imaginariam o que foi. Com ele é uma animação…
No final da missa, como é normal, depois dos cumprimentos e despedidas iniciamos o regresso a casa. De repente ouvimos alguém chamar por nós… O Sr. Padre Pedro quer falar convosco e pede para esperarem um pouco. Já tínhamos pensado nisso, mas não quisemos atrapalhar.
Lá voltamos. Passado o tempo necessário, lá aparece o Sr. Padre. Cumprimentos do costume e: “está aí um casalito, maneira de falar dele, e vamos todos almoçar”. Está bem, vamos cumprimentar os seus amigos, mas tem que me deixar ir a casa para trazer o meu carro e a carteira. Não vai nada, não precisa do carro nem da carteira.
Apresentado o “casalito” fomos todos almoçar. Não sei quem pagou, mas também não é isso que interessa.
O casal, uns dez anos mais novo que nós, sofreu exactamente o mesmo desgosto. Também perdeu uma filha adulta há pouco tempo.
Comentários para quê. Os sentimentos são exactamente os mesmos... Tanto eles como nós ainda não ultrapassamos a perda… e irá demorar. Mas a conversa, já em nossa casa, ajudou.
Muito obrigado Sr. Padre Pedro, pois tem sido um grande amigo.
Muito obrigado ao Engº Paulo e esposa Dª Graça, pela boa tarde que todos passamos.

Mas não ficou por aqui o nosso domingo. Pelas 18,30 começou um encontro de coros na igreja paroquial da freguesia que, ao que parece, tem muito boa acústica. Participou o Grupo Coral da Freguesia, o Orfeão de Condeixa-a-Nova e um outro da Freguesia da Luz, da Ilha Graciosa, dos Açores.
Ficamos agradavelmente surpreendidos com as actuações. Tenho pena de não ter gravado para vos deixar um excerto, mas não sabia o que era e não fui preparado. Acabou pelas 21H00.
Um domingo diferente…
Já agora e por que hoje é 2ªfeira, dia 14 de Junho, dou-vos conhecimento que levei o meu coraçãozito metálico à oficina (diga-se cardiologia dos HUC). Foi feita a revisão, os acertos normais e está tudo bem. Volto lá, para este efeito, em Janeiro, se entretanto a mula não der outro coice...De permeio e numa consulta de corredor e por que a minha tensão tem andado pelos 60-80, falei com o meu querido médico salvador, Dr. Lourenço, que me deu umas dicas e a quem devo o estar aqui hoje. Foi ele que tomou a iniciativa de fazer o implante do CDI.
Aqui fica o meu sincero reconhimento e agradecimento. Sem ele não estaria aqui, como disse, nem podia ter ajudado a "mãe guerreira" a cuidar da Susana...
Obrigado a todos por me aturarem.
O pai Bártolo

2 comentários:

Anónimo disse...

As suas palavras, apesar de terem sofrimento, são tão bonitas que sempre me transmitem uma paz muito grande.

Um beijo no seu coração Pai Bártolo


Filomena

Nota: Venho aqui muitas vezes mas nem sempre comento. Por vezes falham as palavras e escrever alguma coisa prece-me banal

Branca disse...

Gsstei muito de o ler Pai Bártolo e o que nos transmite é muito lindo, porque a partilha de experiências idênticas é a melhor forma de se poder aliviar um pouco a dôr e a melhor forma de fazer o luto. Que bom que o Padre Pedro soube criar essa harmonia no Domingo de dois casais.
Fico muito contente que o seu coração esteja a portar-se bem, a "mãe guerreira" bem precisa e o pai não menos guerreiro tem mostrado uma coragem e uma força imensa.
Um grande, enorme abraço para si e para a esposa.
Branca